Educação e Tecnologia Trilhando caminhos Lynn Alves e Cristiane Novapág 49 a 61


Educação a Distância:

Repensando o Fazer Pedagógico

A Educação a distância não é um processo novo, existem exemplos de sua utilização desde o século XIX1. O grande desenvolvimento das tecnologias da informática e comunicação, no entanto, alavancou novas ações e discussões nesse campo. Infelizmente em nosso contexto, essa modalidade de ensino tem sido discutida a partir de argumentos que mais dizem respeito ao quantitativo e estrutura física que ao desenvolvimento do processo educativo como um todo.Neves, apresenta algumas justificativas para a
expansão da educação a distância:

...ela amplia opotunidades onde os recursos
são escassos, permitindo uma educação mais
eqüitativa; familiariza o cidadão com
tecnologias que estão no seu cotidiano; dá
respostas flexíveis e personalizadas a uma
diversidade cada vez maior de tipos de
informação, educação e treinamento; e oferece
meios de atualizar rapidamente o
conhecimento técnico (1996:34).

Estes argumentos, justificam a grande importância da EAD, mas por si só não garantem a qualidade dos seus resultados, assumindo uma posição bastante instrumental para resolução das enormes e diferentes necessidades de formação, principalmente dos adultos, para a redução de gastos e para disponibilização do conhecimento e saber a quem desejar.Embora a educação a distância não possa ser vista como a solução para os problemas educacionais do mundo contemporâneo, ela, com certeza, vem sendo recomendada
como forma de atendimento a um grande número de alunos e por custo muito mais baixo do que o ensino presencial(Souza, 1996).
A LDB 9394/962, apresenta através do Art.80, o compromisso do poder público com o desenvolvimento do ensino a distância nos diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como na educação continuada, o que abre uma perspectiva de atendimento a um grande número de pessoas, além de atender às exigências de formação, por organismos internacionais, como por exemplo o Banco Mundial, em relação à capacitação de professores que deverá acontecer de várias formas, inclusive à distância (Tommasi, 2000). Tem-se dessa maneira através da EAD, ao menos teoricamente, solucionado problemas de localização geográfica que serve de empecilho a uma parte da população que não dispõe de formas para concretizar o seu processo
de escolarização sem sair da sua cidade. A questão do tempo é também praticamente diluída, já que os ensinantes e aprendentes podem escolher os horários de estudo de acordo com a sua disponibilidade. Teoricamente já são dois problemas resolvidos, o onde e o quando, além da possibilidade de aprender em ritmo próprio. Toda essa facilidade, na prática, tem demonstrado algumas contradições, como por exemplo à possibilidade do aluno estabelecer um ritmo próprio de aprendizagem. A maioria das experiências de que se tem notícia encontra-se praticamente presa aos paradigmas instrucionais, com enfoque unidirecional, com professores (tutores) distribuindo de forma massiva informações a grandes grupos de pessoas.
Os programas de educação a distância têm demonstrado pressa e superficialidade que em nada combinam comprocesso de educação/formação de pessoas, ao menos doponto de vista da construção do conhecimento.
Conforme Neder esses programas

...denunciam uma visão de educação não
como processo, ou como prática social, mas
sim como um sistema – coisa – deslocado da
realidade sócioeconômico-cultural. É preciso,
antes de qualquer coisa esclarecer a
compreensão que temos sobre a educação,
sua dimensão político-social (2000:106).

É preciso situar a EAD no contexto de transformação e desenvolvimento de tecnologias como TV/Vídeo, computador, cd-rom, Internet, que vêm possibilitando, na área da educação, novas compreensões de ensinar e aprender, baseadas em recursos que ligam/conectam e produzem relações entre sujeitos sociais, pelas redes de informação que vão sendo constituídas e exigem grandes transformações pedagógicas, com base numa concepção de educação, como um processo com ênfase na aprendizagem. Desvencilhar-se da abordagem pedagógica tradicional, pautada na transmissão de conteúdos e informações do professor para o aluno, no velho e conhecido modelo de reprodução e partir para um novo ambiente educacional onde a construção seja a base, através de uma pedagogia ativa, criativa, dinâmica e acima de tudo aberta à
investigação e ao diálogo.

Esta perspectiva vem sendo tratada por Moraes:

... destacamos a importância de perceber que
a missão da escola mudou, que em vez de
atender a uma massa amorfa de alunos,
despersonalizados, é preciso focalizar o
indivíduo, aquele sujeito original, singular,
diferente e único, dotado de inteligências
múltiplas, que possui diferentes estilos de
aprendizagem e, consequentemente,
diferentes habilidades de resolver problemas.
Mas um “sujeito coletivo” , inserido numa
ecologia cognitiva da qual fazem parte outros
humanos, cujo pensamento é influenciado
pelas pessoas integrantes do ambiente, a
partir de uma relação contínua existente entre
o pensamento e o ambiente em geral, dois
aspectos inseparáveis de um único processo,
cuja análise em partes distintas não tem mais
sentido (1996:64).

Uma educação centrada no “sujeito coletivo” que reconhece a importância do outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância de criar ambientes de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento do conhecimento interdisciplinar, da intuição e da criatividade.Dessa forma, pensar a EAD numa visão de democratização do saber, do conhecimento, antes de qualquer coisa, é pensar que a demanda de formação não apenas conhece um enorme crescimento quantitativo, ela sofretambém uma profunda mutação qualitativa no sentido de uma necessidade crescente de diversificação e de personalização. Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não
correspondem a suas necessidades reais e à especificidade de seu trajeto de vida(Lèvy,1999:169)
Portanto, é necessário ir além da análise dos suportes tecnológicos para desenvolvimento de cursos à distância, é preciso ter em mente os sujeitos que serão formados por esta modalidade de ensino, independente da tecnologia que esteja mediando o processo (...) pois de nada adianta ter milhares de recursos para a interatividade se não tenho o sujeito dessa interação (Corrêa, 2001:24).
A resposta eficaz ao impacto da tecnologia em nossa sociedade exigirá que a usemos para criar um novo meio de aprendizagem que responda às necessidades dos cidadãos em nossa sociedade culta. A educação a distância só se concretiza com o alcance de um verdadeiro processo de comunicação, através de uma efetiva mediação pedagógica, que garanta a superação da unidirecionalidade, a modificação da relação
emissão/recepção, gerando uma relação dialógica e possibilitando a co-criação do conhecimento. Ultrapassando o simples colocar de materiais instrucionais a disposição do aluno distante, exigindo o atendimento pedagógico, superador da distância e que promova a essencial relação professor-aluno, por meios e estratégias institucionalmente garantidos (Saraiva, 1996:30). Frente à necessidade de recondução da EAD, um caminho que se apresenta é o desenvolvimento de redes colaborativas de aprendizagem que proporcionem práticas educativas, que facilitem a diminuição das distâncias, não apenas educacionais mas, sociais, culturais e econômicas. Não será através de tecnologias com potencial de interatividade sendo usadas apenas para a apresentação de palestras aos estudantes em localidades distantes com nível de interação zero, apenas distribuindo informações, que se estará renovando o processo educativo, ou dando conta da formação que a contemporaneidade exige. De acordo com Lèvy, o fenômeno fundamental é o da interconexão (entre pessoas, idéias, atividades, instituições, etc.), e não do isolamento. O autor afirma ainda
(...) que a educação totalmente a distância não tem
futuro. Estou convencido de que o ser humano precisa
de contato físico com seus semelhantes (2001:28).
Em consonância com o que aponta Neder, nossas reflexões têm que ser dirigidas, portanto, para a educação em sua ampla acepção. Como a compreendemos? Onde a situamos? Como analisamos suas relações? Qual o significado do “ser a distância” ou do “ser presencial” no interior de nossa compreensão? Que importância isso tem? Por fim, a preocupação em desenvolver formas de democratizar o saber a toda a população deve passar também pela democratização do processo de escolha: entre “presencial” ou a “distância”, ou até a forma híbrida, semi- presencial. Escolha que deve partir da análise das necessidades dos sujeitos e das condições de aprendizagem.
Notas
1 Para maiores detalhes desse histórico, pode-se consultar a Revista Em
Aberto. Educação a Distância. Brasília, ano 16, n. 70, abr/jun. 1996,
dentre outros textos.
2BRASIL/MEC / Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília,
MEC, dez./1996.

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Vânia Rita Valente (vrvalente@uol.com.br) é

mestranda em educação (UNEB), atua no NTE

– BA e professora da Universidade do Estado

da Bahia (UNEB).
 
 
Educação a Distância:

Desafios Pedagógicos

A revolução das comunicações tem alterado profundamente o sentido das distâncias, modificando,
sobremaneira, a vida dos seres humanos. Nas antigas sociedades, os homens sempre viveram confinados ao
espaço da coletividade e suas relações não iam além das “sociedades limítrofes” (Rodrigues, 1990). Tanto a tradição como o saber e a técnica ficavam restritos a quem partilhava o mesmo território comum. Hoje, diante da “planetarização” do sistema, vivemos na “sociedade em rede” Para Castells (1999) esta sociedade apresenta um novo paradigma das tecnologias da informação. As redes interativas de computadores estão
crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas porela (1999:22).

A partir dessas transformações, as relações sociaissão redimensionadas, pois vão se estabelecendo também
através de um sistema de informação, extrapolando as relações imediatas e concretas. Podemos dizer que a
sociedade atual caracteriza-se, sobretudo, pela mutabilidade e pelo movimento acelerado de produção e divulgação de conhecimentos e das técnicas (Lévy,1993). Essas mudanças envolvem maneiras de pensar, interpretar o mundo, conviver, estabelecer objetivos e padrões de vida, uma vez que há uma estreita relação entre a história das tecnologia e a sua inserção na cultura contemporânea. Na contemporaneidade, essas condições dizem respeito ao surgimento de um novo espaço/tempo, de uma nova geografia, conseqüência do grande desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação e da relação entre eles, conforme destaca Nelson Pretto a partir das considerações de René Berger e Paul Virllio1. aceleração do desenvolvimento dessas novas tecnologias está se dando pelo movimento de aproximação entre as diversas indústrias (equipamentos, eletrônica, informática, telefone, cabos, satélites, entretenimento e comunicação). Esse movimento é a condição objetiva para aperfeiçoamento dessas tecnologias fazendo com que, potencialmente, aumentem as possibilidades de comunicação entre as pessoas (Pretto, 1996:19).
A contribuição dos sistemas de comunicação com tecnologias avançadas fez surgir uma infra–estrutura com
características bastante inovadoras, tornando possível à troca de conhecimentos, não apenas como produto, mas como processo, possibilitando a existência de uma grande coletividade produtiva, que ultrapasse fronteiras geográficas, de idade, nacionalidade, formação acadêmica ou delimitação de área científica.
A realidade aponta para uma sociedade “planetária”, tendo na circulação de informações sua marca fundamental. A idéia do ambiente eletrônico como um campo de relaçõesn totais e simultâneas está na base da conhecida idéia de Aldeia Global, com a qual McLuhan e Powers (1996) anteciparam debates mais atuais sobre as peculiaridades do tempo e do espaço. A ubiqüidade de cada pessoa estar em sua casa e ao mesmo tempo em outro lugar é a essência da possibilidade de ser –local e não local, particular e universal ao mesmo tempo (Pretto, 1996:41). Assim, a discussão sobre EAD ganha um destaque maior, justamente pela possibilidade de contribuir com o debate sobre redução tanto das desigualdades educacionais, como das distâncias entre as diversas esferas e sistemas de educação. Mas, ela tem essa potencialidade? Quais as
limitações e desafios encontrados?
Uma das primeiras limitações encontradas começa com sua própria conceituação. Podemos encontrar
definições em que a EAD é vista Como: “modalidade alternativa de ensino”, “sistema tecnológico de comunicação massiva e bidirecional”, “modalidade pedagógica”, “prática educativa mediatizada”.
Segundo Neder (2000) através dessas definições percebe-se que a EAD é compreendida como “um meio”,
“uma forma” de se possibilitar o ensino. Essas definições apontam para o aspecto instrumental, denunciam uma visão de educação não como processo, ou prática social, mas sim como um sistema – coisa – descolado da realidade socioeconômica - cultural. Definir a EAD a partir da sua adjetivação tem catalisado nossas reflexões em detrimento de sua essência. Questiona-se o termo “a distância”, uma vez que ele não pode ser mais compreendido como distância puramente física ou geográfica. Somos convidados a pensar em processos educativos que ultrapassem as instituições de ensino mais tradicionais, ou em propostas que apresentem como possibilidade a criação de novos ambientes de aprendizagem, onde a relação presencial professor/aluno seja transcendida. O desafio nesse sentido será o de pensar modelos pedagógicos que sejam realmente transgressores e não reaplicáveis a qualquer situação de aprendizagem. A crítica relativa a EAD surge quando muitas vezes se pensa modelos pedagógicos que sejam aplicáveis a tudo e a todos. O desafio é pensar a EAD como um processo que pode ocorrer em tempos e espaços distintos, porém
vinculados a contextos e situações específicas.Um aspecto que comprova a crítica levantada é a inserção da EAD nas políticas públicas educacionais vigentes, na qual ocupa uma posição estratégica, embora as concretizações dos projetos ainda sejam extremamente tímidas. A criação da Secretaria de Educação a Distância (SEED) no MEC, a presença de um capítulo destinado à Educação a Distância e tecnologias educacionais no Plano Nacional de Educação são indicadores que permitem afirmar que a EAD encontra-se em ebulição, quer em nível nacional– Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), -quer em nível estadual através Secretaria de Educação do Estado da Bahia, em especial para a formação e atualização de professores.
O problema é que programas e projetos vêm sendo criados e recriados com soluções fragmentadas, dissociadas da realidade, sem considerar o público para o qual se destinam, suas necessidades, suas expectativas, suas potencialidades, bem como a produção de programas de forma dissociada das reais condições de aprendizagem. A EAD tem sido posta nas políticas públicas educacionais como solução para os problemas educacionais do país. Em contraponto, Barreto citando o texto do PNE, Proposta da
sociedade Brasileira, sinaliza que A “era dos pacotes educacionais” pensados por quem sabe, a serem executados e gerenciados por quem não sabe está de volta: nos “kits modernidade” (tv, vídeo e parabólica)
que, para alguns endereços deveriam ser enriquecidos com um gerador de energia elétrica; na exagerada e ainda pouco fundamentada ênfase à educação a distância (TV Escola), nos “kits PCN”. [...] Novamente o
discurso da urgência, da solução mágica e, no bojo de ambos, a desqualificação do saber profissional dos educadores e a desvalorização de seu fazer, já que às exigências decorrentes das propostas de mudança não corresponde retribuição salarial, formativa e trabalhista adequada. [...] Autoritarismo e arrogância camuflados nosargumentos de orientação e capacitação técnica2 Uma outra questão relevante é a relação EAD e Tecnologias da Informação e Comunicação. Criou-se uma espécie de encantamento com as tecnologias. Um encantamento positivo de um lado, quando se visualiza as novas possibilidades que oferecem no campo educativo, nas capacidades que têm de modificar conceitos de tempo e distância, propiciando uma interação muito mais intensa. E de outro, corremos o risco da alienação, da crença ilimitada. Como educadores, não podemos fechar os olhos aos progressos e avanços das tecnologias ou permanecer extasiados com o que podem oferecer. Por isso é fundamental verificarmos até que ponto os cursos ou programas propostos, propiciam o diálogo, a interatividade. E se estão ao alcance do público a quem foi proposto, se não cometeremos um equívoco. Como já foi colocado, na EAD o processo de ensino/aprendizagem ocorre em situação em que seus sujeitos não ocupam os mesmos espaços e tempos curriculares. E a simples utilização de recursos tecnológicos não garantem a interatividade. Na perspectiva de Alves, Nova e Lago
...para se realizar experiências de ensino à
distância que aproveitem as possibilidades
trazidas pelas redes digitais, com maior
interatividade, atingindo amplamente os
nossos sentidos, sendo tão dialógicas a ponto
de permitir uma efetiva troca entre os pares é
preciso muito mais que o suporte, a estrutura,
a conexão, a preparação dos professores. È
necessária à articulação de todos esses
elementos3.

E o papel do professor passa a ser ainda mais importante indo além do facilitador ou do transmissor. O

professor necessita trabalhar num contexto criativo, aberto, dinâmico, complexo. Em lugar da adoção de programas fechados, estabelecidos a priori, passa a trabalhar com estratégias, ou seja, com cenários de ação que podem modificar-se em função das informações, dos acontecimentos, dos imprevistos que sobrevenham no curso dessa ação (Morin, 1996). Isso implica trabalhar com incertezas, com complexidades. Na relação professor–alunoconhecimento deve estar presente à interatividade, não como
conseqüência da presença das novas tecnologias, mas como foco, como uma característica, um requisito, para a construção do conhecimento. Ainda existem muitos desafios a serem superados pela EAD. Faz-se necessário, a criação de tempos e espaços para reflexões e prática da EAD, levando sempre em consideração os diálogos que precisam ser estabelecidos e uma concepção de educação comprometida com a produção de saberes e a transformação social.

Notas

1 Esses autores remetem aos conceitos de telêmica (deslocamento do
corpo) e de telemática (deslocamento das mensagens) e estabelecem uma
importante relação entre o aumento da velocidade do deslocamento das
pessoas pelo aperfeiçoamento dos meios de transportes, e o aumento da
velocidade de transmissão de mensagens, através dos novos meios de
comunicação.

2 Citado por BARRETO, Raquel Goulart. As políticas de Formação de
professores: Novas Tecnologias e Educação a Distância. In: BARRETO,
Raquel Goulart (org) Tecnologias educacionais e educação a distância:
avaliando políticas e práticas. Rio de Janeiro: Quartet, 2001, p. 20.

3 Alves, Lynn, Nova, Cristiane e Lago, Andrea. (neste livro)

Referências Bibliográficas

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Cláudia Magnavita (claudiam@lognet.com.br)

é professora da Universidade do Estado da

Bahia – UNEB, mestranda em Educação e

Contemporaneidade (UNEB

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